(...) Vinicius de Moraes,um poeta singular ,pela amorosidade
incondicional e pela versatilidade de gêneros;do magnífico "Operário em
Contrução" , com versos livres e fortes de forte conteúdo social, aos
sonetos-lembrando aqui, o Soneto à Fidelidade, um ícone- às letras das
canções.Era tão grande que adorava ser chamado "Poetinha", pois tinha uma paixão
legitima pelas pessoas.
Quando o entrevistei (haviam fechado, no Rio, a editora Sabiá, na data de
inauguração-a Ditadura tinha dessas atitudes inexplicáveis), na Livraria
Brasita, Fernando Sabino, o dono, e outros autores desceram a serra , do Rio
para Juiz de Fora, para Juiz de Fora, onde o renomado editor-poeta mineiro .e o
grande cronista Rubem Braga., chegaram com Vinicius.Eu pedira ao diretor da
Gazeta Comercial- onde eu trabalhava- Theo Sobrinho, um fotógrafo e ele,
baixando a voz, explicou-me a situação.Os três estariam visados , pediu que eu
não fosse fazer as entrevistas.Mas , claro, com a impulsiva juventude a
contestar , cheguei à livraria cheia , onde os livros haviam sido camuflados com
papel imitando-tijolinhos.Impaciente,
liguei para a redação e disse:-"Seu Théo, o Vinicius já chegou!".Ele, que ouvia
pouco, achou que era outro ilustre visitante:-"Quem , o Ministro?O Ministro ja
chegou?Onde?E eu, manhosamente, dise "Sim, o "Ministro chegou"! E dei-lhe o
endereço-sem o nome da Livraria.Ele mandou o fotógrafo-e tenho belas fotos em
preto e branco dessa data memorável.Fui entrevistando da esquerda para a
direita, cada um.Quando cheguei ao Vinicius, ele me olhou e disse;-"-Estava
observando você:é magrinha, mignon, mas tem belas pernas grossas"...Tenho essas
fotos e estava mostrando à minha nora Juciléia- qualquer dia, vou publicar em
livro.
Esse episódio e outros estão em meu livro virtual "Nas
velas do Tempo-Memórias de Uma repórter na Ditadura", editado em e-book pelo
Lourivaldo Perez Baçan, inicialmente pelo CEN(Portugal Brasil), que não cobo=rou
nad a, dizendo que era um testemunho histórico.O e-book é parte do livro ."Nas
Velas do tempo " é uma homenagem à compositora de Juiz de Fora, Leny Tristão,já
em outro Plano.Essa a meória de um tempo em que deveríamos calar a palavramada!"
(...)
Clevane Pessoa.
(desculpem a extensão do Comentario, que veio de
sopetão, quando eu queria penas publicar um poema!De vez em quando, temos de
ceder ao Alto! E gostei de poder compartilhar com vocês!Em março de 2015, 50
anos da Ditadura!)
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